O Transpraia, comboio de praia que há 51 anos percorre, nos meses de Verão, as praias da Costa da Caparica, em Almada, pode desaparecer já no próximo ano. Isto porque desde que, em 2007, o terminal do comboio foi transferido do centro da cidade para junto do Bairro do Campo da Bola - a mais de um quilómetro da primeira localização - a empresa diz que só tem tido prejuízo.
O gerente deste negócio de família, Pedro Pinto da Silva, pede agora o regresso do terminal ao centro da cidade. Caso contrário, "um dos poucos ícones da Costa da Caparica" poderá desaparecer já no próximo ano.
"Menos 60 a 65 por cento de clientes", diz o responsável e todos os anos os números são os mesmos desde que o terminal saiu da cidade, "onde estão os hotéis e os turistas", resume Pedro Pinto da Silva, que considera a nova localização de difícil acesso para os utilizadores dos transportes públicos. Se o comboio chegou a transportar 300 mil clientes por ano, agora não passa dos 100 mil.
"É ali [no centro da Costa] que o Transpraia tem de estar enquanto não houver outras condições", defende. "Saímos do centro da Costa com a indicação de que iríamos ficar melhor porque todos os transportes públicos iriam dar ali."
Cinco anos depois de encurtada a linha, agora com cerca de nove quilómetros, o interface de transportes prevista pelo programa Polis para aquele lugar ainda não existe. E o Transpraia continua a perder dinheiro. "Estamos neste impasse, que não vai sair daqui." O PÚBLICO tentou, sem sucesso, obter esclarecimentos da Costa Polis que, à Lusa, disse que a anterior localização, embora fosse de mais fácil acesso, "implicava que uma parte do percurso do comboio estivesse assente sobre uma zona extremamente sensível de cordão dunar, que urgia proteger". Acrescentou ainda que a construção do novo interface de transportes públicos deverá começar em 2013.
Para a Transpraia poderá ser tarde demais, diz Pedro Pinto da Silva: "Não pedimos dinheiro, só pedimos para voltar ao sítio original, porque as condições que nos prometeram nunca foram cumpridas."PUBLICO
10.08.2011
CLÁUDIA SOBRAL
O gerente deste negócio de família, Pedro Pinto da Silva, pede agora o regresso do terminal ao centro da cidade. Caso contrário, "um dos poucos ícones da Costa da Caparica" poderá desaparecer já no próximo ano.
"Menos 60 a 65 por cento de clientes", diz o responsável e todos os anos os números são os mesmos desde que o terminal saiu da cidade, "onde estão os hotéis e os turistas", resume Pedro Pinto da Silva, que considera a nova localização de difícil acesso para os utilizadores dos transportes públicos. Se o comboio chegou a transportar 300 mil clientes por ano, agora não passa dos 100 mil.
"É ali [no centro da Costa] que o Transpraia tem de estar enquanto não houver outras condições", defende. "Saímos do centro da Costa com a indicação de que iríamos ficar melhor porque todos os transportes públicos iriam dar ali."
Cinco anos depois de encurtada a linha, agora com cerca de nove quilómetros, o interface de transportes prevista pelo programa Polis para aquele lugar ainda não existe. E o Transpraia continua a perder dinheiro. "Estamos neste impasse, que não vai sair daqui." O PÚBLICO tentou, sem sucesso, obter esclarecimentos da Costa Polis que, à Lusa, disse que a anterior localização, embora fosse de mais fácil acesso, "implicava que uma parte do percurso do comboio estivesse assente sobre uma zona extremamente sensível de cordão dunar, que urgia proteger". Acrescentou ainda que a construção do novo interface de transportes públicos deverá começar em 2013.
Para a Transpraia poderá ser tarde demais, diz Pedro Pinto da Silva: "Não pedimos dinheiro, só pedimos para voltar ao sítio original, porque as condições que nos prometeram nunca foram cumpridas."PUBLICO
10.08.2011
CLÁUDIA SOBRAL