O troço sofreu obras de modernização e já podia ter comboios a circular, mas a empresa aguarda decisão do Governo sobre eventual encerramento
Os 47 quilómetros da Linha da Beira Baixa entre a Covilhã e a Guarda deixaram de ter comboios a passar em 2009. O transporte de passageiros passou a ser feito por um autocarro pago pela CP, porque aquela linha fechou para obras, a cargo da Refer.Mas, dois anos depois, os trabalhos pararam, depois de gastos 7,5 dos nove milhões de euros de investimento previstos para aquele troço, e este pode não reabrir.
A Refer diz que a prossecução daquele projecto - que esteve planeado para se concluir em 2012 - está agora "dependente das orientações estratégicas do Governo, pelo que não é ainda possível divulgar novas informações". O certo é que este troço está na lista dos 800 quilómetros de linhas que foi entregue à troika como passíveis de encerramento, uma vez que só ali circulavam três automotoras por dia em cada sentido num serviço regional que não consegue competir com a rapidez proporcionada pela A23.
Fecho de malha na rede
Mas o Guarda-Covilhã representa também um "fecho de malha", ou seja, uma redundância na rede ferroviária. Constitui uma alternativa à Linha da Beira Alta ao tráfego vindo de Vilar Formoso com destino a sul. De Lisboa para a Guarda são menos 41 quilómetros pela Beira Baixa do que pela Beira Alta. E do Porto para a Cova da Beira este seria o caminho mais curto sem ter que "descer" ao Entroncamento para depois subir à Beira Baixa.
A forma como esta linha tem sido abordada pela Refer caracteriza-se por uma intermitência de "abre e fecha" para fazer obras pontuais. Há seis anos, a linha fechou durante quase um ano para se reabilitarem cinco das dez pontes metálicas daquele troço. Em Março de 2009, voltou a encerrar para se modernizarem 10 dos seus 47 quilómetros e renovar o túnel do Sabugal, bem como algumas estações e apeadeiros.
Neste momento, a linha tem um troço apto para velocidades de 120 km/hora, cinco pontes arranjadas, cinco pontes com limitações de 20 km/hora, estações novas, um túnel seguro e troços onde não se pode circular a mais de 60 km/hora.
Hélder Bonifácio, da Associação de Amigos do Caminho-de-Ferro da Beira Baixa, diz que nada impede que a linha reabra de novo, uma vez que não há neste momento empreitadas a decorrer. Seriam necessários, mesmo assim, alguns trabalhos de desmatação, pois a linha fechada proporcionou que nascessem pinheiros entre os carris e que, em zonas de trincheira, o matagal cobrisse por completo a via-férrea.PUBLICO
15.08.2011
CARLOS CIPRIANO
Os 47 quilómetros da Linha da Beira Baixa entre a Covilhã e a Guarda deixaram de ter comboios a passar em 2009. O transporte de passageiros passou a ser feito por um autocarro pago pela CP, porque aquela linha fechou para obras, a cargo da Refer.Mas, dois anos depois, os trabalhos pararam, depois de gastos 7,5 dos nove milhões de euros de investimento previstos para aquele troço, e este pode não reabrir.
A Refer diz que a prossecução daquele projecto - que esteve planeado para se concluir em 2012 - está agora "dependente das orientações estratégicas do Governo, pelo que não é ainda possível divulgar novas informações". O certo é que este troço está na lista dos 800 quilómetros de linhas que foi entregue à troika como passíveis de encerramento, uma vez que só ali circulavam três automotoras por dia em cada sentido num serviço regional que não consegue competir com a rapidez proporcionada pela A23.
Fecho de malha na rede
Mas o Guarda-Covilhã representa também um "fecho de malha", ou seja, uma redundância na rede ferroviária. Constitui uma alternativa à Linha da Beira Alta ao tráfego vindo de Vilar Formoso com destino a sul. De Lisboa para a Guarda são menos 41 quilómetros pela Beira Baixa do que pela Beira Alta. E do Porto para a Cova da Beira este seria o caminho mais curto sem ter que "descer" ao Entroncamento para depois subir à Beira Baixa.
A forma como esta linha tem sido abordada pela Refer caracteriza-se por uma intermitência de "abre e fecha" para fazer obras pontuais. Há seis anos, a linha fechou durante quase um ano para se reabilitarem cinco das dez pontes metálicas daquele troço. Em Março de 2009, voltou a encerrar para se modernizarem 10 dos seus 47 quilómetros e renovar o túnel do Sabugal, bem como algumas estações e apeadeiros.
Neste momento, a linha tem um troço apto para velocidades de 120 km/hora, cinco pontes arranjadas, cinco pontes com limitações de 20 km/hora, estações novas, um túnel seguro e troços onde não se pode circular a mais de 60 km/hora.
Hélder Bonifácio, da Associação de Amigos do Caminho-de-Ferro da Beira Baixa, diz que nada impede que a linha reabra de novo, uma vez que não há neste momento empreitadas a decorrer. Seriam necessários, mesmo assim, alguns trabalhos de desmatação, pois a linha fechada proporcionou que nascessem pinheiros entre os carris e que, em zonas de trincheira, o matagal cobrisse por completo a via-férrea.PUBLICO
15.08.2011
CARLOS CIPRIANO